Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2011

A casa dos fundos.

Página 57. - Eu não estou me fazendo de vítima! Ele aumentou o tom de voz, eu me envergonhei. - Ah não, sou eu que estou! Você é a santa sempre né! - Não precisa falar desse jeito, suas tias vão escutar, não me faz ficar constrangida. - Meu, vai logo, se não você vai subir sozinha. Não respondi, apenas me virei e fui me trocar, não que eu quisesse parecer submissa, apesar de ser essa a colocação em que me sujeitei ao momento, mas queria evitar brigas, a noite já não havia sido como eu imaginei e não queria dar motivos para ele ficar afastado de mim. Mas todo meu esforço para o esperado "Oscar" já estava ficando exaustivo demais, a ponto de a perfeição do disfarce ficar inalcançável.  Troquei-me o mais rápido que consegui. Ele estava me esperando na porta com a má vontade em alta. Subimos com sua irmã lá pra piscina sem trocarmos uma palavra. Chegando lá, ele caiu de corpo na água que estava “marrom” de tanta lama. Não lembro o motivo da contaminação, só lembro qu

A casa dos fundos.

Página 56. Me arrependi amargamente de ter perguntado, mas não poderia demonstrar decepção, fui eu que quis saber. Eu ainda o admirava, porque ele queria estar comigo, o problema era que o seu coração não estava aceitando essa idéia, pelo menos era o que eu achava, era o que eu sentia. Fiquei sem resposta, ele me olhou, esperando alguma palavra, algum som, algum gesto. - Canta pra mim? - Mesmo? Ele adorava cantar. Sua voz não era linda, nem afinada, mas era a voz dele e isso que importava, eu sabia o quanto ele se sentia feliz em ser por um momento como os ídolos dele (admirados por alguém) e por isso eu sempre reservava um tempo para ouvir a alegria dele em sons com ritmo. - Tá.. Qual música? - Canta Crawl. E depois a que você quiser. Eu coloquei minha cabeça sob seu colo e enquanto fazia cafuné na minha cabeça ele cantava, e mesmo depois de ouvir que ele não estava "tão afim de mim", a paz me invadiu por meu coração ter eternizado aquele momento. Toda perfeiç

A casa dos fundos.

Página 55. Fiquem sem reação, eu até tentei disfarçar, fingir que estava esperando ele voltar, como se ele tivesse ido pegar refrigerante pra mim, mas de repente parece que eu tinha roubado toda a atenção da festa, e eu comecei a sentir um grande desespero querendo pular de dentro pra fora. Então liguei para a primeira pessoa que veio em mente: Mikaelly...  Já era tarde da noite, mas eu sabia que ela iria me atender e foi realmente o que aconteceu. Comecei a desabafar e expliquei a situação, ela não soube o que me falar. Só disse pra eu incorporar a atriz e dar a volta por cima. Fiquei falando com ela por quase uma hora, até que meus créditos acabaram e me encontrei sozinha no canto de novo. Foi quando resolvi ir pra trás da casa, lá não tinha ninguém. Sentei  no degrau de concreto e fiquei admirando as estrelas, uma lágrima caiu.. Mas a enxuguei antes que alguém me achasse ali. Fiquei lá por muitos minutos, e ele nem se quer foi me procurar, ou se tinha ido, não achou. Aparecera

A casa dos fundos.

Página 54. Sentamos em uma mesa em que todas as “senhoras e senhoritas” da família estavam. Ouvi comentários sobre mim, e demos muitas risadas. Uma prima dele ironicamente dizia que éramos um grude, muito chicletinho, que deveríamos parar, porque doce demais enjoa. E com isto, dei a risada mais falsa da minha vida em retribuição daquele comentário, mas parece que Richard iria segui-lo a risca, porque assim que ela terminou de dizer suas conclusões sobre namoro - como se ela soubesse algo, estava quase nos 30 solteirona. Ele levantou-se e ficou andando pra lá e pra cá, conversando com o povo, pra ser mais específica, com os garotos. Ainda bem! Mas eu me senti deslocada. Não conhecia ninguém ali, todos em assuntos familiares e eu não tinha nem palavras para acrescentar sobre qualquer assunto. Fiquei calada, quieta e sabia que isso iria dar a impressão errada, porém não havia muitas opções para se fazer a respeito. Mas ele o fez por mim, pelo menos temporariamente, quando o avistei vin

A casa dos fundos.

Página 53. A música era do Chris Brown, chamava-se Crawl, e o ritmo era envolvente. Ao ouvi-la o rosto dele também veio em minha mente. Meus olhos ao acompanharem aquelas palavras ficaram apreensivos. Eram belas, porém tinha significados demais. Parecia que subliminarmente ele queria dizer que tudo que ele sentia por mim havia desaparecido, mas ele queria que voltasse, por isso ainda estava comigo, por isso ainda estava lutando. - É linda! - Não tanto quanto você. Os elogios de Richard ultimamente me deixavam feliz, mas não com a intensidade de antes, porque eu sabia que os momentos apaixonantes dele não duravam muito. Encerramos a conversa horas depois. Sexta feira, 29 de Janeiro [...] Sábado, 30 de Janeiro. A data da festa finalmente tinha chegado, passei o dia arrumando a mochila já que iria passar o final de semana lá. Pintar as unhas, fazer escova no cabelo, eu tinha que estar deslumbrante. Era difícil escolher o que usar em um aniversário em um sítio, mas depois d

A casa dos fundos.

Página 52. Mas Richard permaneceu mudo. E por um momento, a famosa frase “Quem cala consente”  estava acontecendo comigo. Meus olhos que seguravam com força tudo que tentava transbordar de minha alma, não agüentaram mais, e a primeira lágrima caiu, seguida de várias outras. Tentei ser insistente. - Me responde?! Mais nada. De sua boca não saia palavras, mas as de seu rosto eram claras, e eu não consegui ler todas ao até o final. Medo, uma angustia interminável consumiu meu interior. Quase entrando em desespero eu estava, algo me dizia que aquele era o fim, mas eu tentava tampar minha audição para palavras negativas. Então apelei.. - Para de pensar essas coisas. Não vale a pena fazer isso que você está querendo fazer, não vale a pena jogar tudo pro alto.. Refletir nas coisas ruins, só apagam as boas. Pense em tudo que já vivemos, todas as coisas que são somente nossas, como nossa maneira de assoprarmos um na boca do outro, ou nossa maneira de nos tratarmos com dengo de um bebê

A casa dos fundos.

Página 51. Meus olhos se arregalaram. - Por quê?! Como assim? O que aconteceu? - Nada, só não quero ir mais. - Mas amor, hoje é o nosso dia! Vamos ficar aqui sem fazer nada? - Se não gostou da idéia, vai embora. Me calei. Não sei se por falta de resposta, ou por ficar abismada com suas palavras, talvez, pelos dois. Tinha que pensar rápido, não queria que minha reação estragasse nosso dia. - Tudo bem, então vamos entrar? - Não. Eu envolvi os braços em volta dele e fiquei abraçada. Eu com ele, e não ele comigo, até porque, ele não se preocupou em retribuir nada. Foi quando as gotas começaram a engrossar e como em um passe de mágica tornou-se uma "tempestade".  Comecei a olhar pra ele com cara de piedade, e ficou claro seu orgulho sendo ferido no momento em que disse.. - Tá, vamos entrar. Mas ele não iria dar o braço a torcer totalmente, por isso não me levou pra dentro de sua casa, apenas para uma parte coberta de seu quintal. Sentamos em uma barra de cime

A casa dos fundos.

Página 50. E após a exibição de frases, Richard veio falar comigo: - Feliz 3 meses amor! Quero que saiba que estou muito, muito feliz em estar comemorando uma data tão especial contigo! Que seja apenas o início da nossa história, que possamos comemorar muitas e muitas e muitas datas juntos ainda! TE AMO TE AMO TE AMO TE AMO! Bipolaridade que me fazia sentir estar na maior montanha russa do mundo, e naquele momento, eu estava no topo perto da descida, a parte mais emocionante do passeio. Sem compreender o repentino momento apaixonante de Richard, me dei apenas ao direito de ficar feliz sem explicações. - Ahwn amor! Obrigado! Eu desejo tudo isso e muito mais, nossa história vai ser pra sempre né bebê? - Vai sim! E vamos dar um nome bem "zika" pro nossos futuros filhos né minha Japinha? Assim como planejamos! - É isso aí. Feliz três meses e eu também amo você, imensuravelmente! - LINDAAAAAAAAAAAAAAAA! Nas atualizações do Messenger: " Richard mudou sua mensagem

A casa dos fundos.

Página 49. - Que era muito cedo pra comprar uma aliança. Que me conhecia e sabia que esse relacionamento não iria durar. Ela disse que sabia que eu gostava de você, mas que ninguém fica pra sempre com a primeira namorada. Que eu iria me enjoar e iria terminar e querer conhecer novos beijos, novos sorrisos, novas pessoas. Que a aliança só iria iludir você, e que ela não queria nenhuma garota iludida enchendo o saco na porta da casa dela. Por isso muitas vezes fiquei estranho com você, foi difícil tomar uma decisão. As mães sempre tem razão e eu estava com medo dela ter razão dessa vez também, mas foi o meu coração que falou mais alto e eu o ouvi. Tentei processar todas aquelas informações que tinham sido passadas. Não era legal ter a "sogra" como inimiga, afinal à regra é sempre 'mães em primeiro lugar'. Talvez eu estivesse exagerando, ela ainda gostava de mim, só se preocupava com o filho dela e o bem estar. Talvez ela fosse apenas egoísta demais pra se preocupar

A casa dos fundos.

Página 48. Eu estava com aquele "frio na barriga" que alguns chamam de adrenalina. Sua maneira "não-amorosa" de ser no telefone já tinha me constrangido, eu estava com medo de saber o que vinha pela frente. Esperei quase 20 minutos no portão e nada dele. Mandei um Sms.. " Ainda estou esperando. " Mais 10 min. E finalmente o avistei com a pior das afeições. Ele abriu o portão, mas não me convidou para entrar. Ficou lá me olhando na porta de seu quintal. Eu tentei bancar a "Júlia Roberts" dando-lhe um selinho e um super sorriso como se nada tivesse acontecido. Comecei a puxar assunto, mas ele permanecia seco. Só respondia o que eu perguntava e em momento algum olhou em meus olhos. Fingir que aquilo era comum estava começando a ficar complicado. Tentei lembrá-lo então do que ele me pediu.. - Amor, vamos gravar nossa aliança vai? O símbolo que como você mesmo disse, representa que nosso amor é forte. Ele me olhou com "cara de reprovaç

A casa dos fundos.

Página 47. - Sabe porque eu te dei uma aliança Sophie? Ele olhou firmemente em meus olhos. - Porque por mais que estejamos passando por crises constantes, tudo que mais quero é ficar com você. E por mais que às vezes eu não demonstre isso, essa aliança estará no seu dedo pra te lembrar.. Te lembrar que é com você que eu quero passar o resto da minha vida. Sempre que nosso amor estiver fraco, você olhará pra essa aliança e lembrará que ele precisa ser forte, lembrar que estou te dando como uma promessa de que a gente tem que ser pra sempre e eu te amo. Meu coração pela primeira vez não disparou, ele bateu mais de vagar e foi "desacelerando". Novas lágrimas foram derramadas, Richard me deixava toda sensível, toda a "flor da pele". Eu senti um alívio tão imenso que até minha alma se sentiu mais em paz. Aquelas palavras me deram força pra lutar por aquele amor, aconteça o que acontecer. Eu o abracei e comecei a chorar feito uma criança mas dessa vez ele sabia

A casa dos fundos.

Página 46. Sabe aquelas sensações de "só acredito vendo"? Foi a que senti. Mesmo sabendo o que normalmente tinha dentro desses tipos de caixinhas meu coração só iria "saltar" de alegria quando minha visão trouxesse a certeza. E sem delongas abri a caixa e dentro dela estava um lindo par de alianças de compromissos reluzentes. Vocês devem pensar que o meu corpo é o mais "sorridente" do mundo, mas que seja. A alegria constante que senti naquele momento foi única, até hoje.. Nada se comparou. Veio em minha mente que conversando com minha mãe no meu aniversário de 15 anos eu disse a ela: Mãe, meu sonho é ganhar um Buquê de Flores, um ursinho e uma aliança. Ela me deu um Buquê de Flores de aniversário e agora o meu namorado, amor da minha vida me deu a aliança. Pra mim, era tão importante porque significava muito mais do que anéis de compromisso, significava na verdade um símbolo de amor, total entrega e dedicação ao parceiro. Um símbolo de permanência e p

A casa dos fundos.

Página 45. Como já havia tomado banho antes de almoçar, apenas troquei a roupa. Tentei estar mais apresentável. Coloquei um vestido de alcinha verde e branco que tinha. Ele era apertado no peitoral e soltinho da cintura pra baixo. Nada de maquiagem. O cabelo permaneceu solto. Minha aparência estava de acordo com meu humor aquele dia, meio a meio. O fato de eu ter trocado a roupa mostrava que eu queria estar bela pra Richard, mas a permanência do rosto natural, mostrava a preocupação e o desespero, afinal.. se ele iria terminar comigo, pra que me arrumar mesmo?! Fechei minha mente até o momento em que ouvi a campanhia tocar. Me preparei psicologicamente e finalmente ao abrir a possibilidade de pensamentos tentei atrair a positividade. Ele entrou e estava vestindo a blusa que dei pra ele de aniversário. Deu-me um selinho demorado e sorriu. Cumprimentou meus pais e depois subimos. - E aí, tudo bem linda? - Tudo.. e com você amor? - Estou ótimo! No meio das escadas me lançou um

A casa dos fundos.

Página 44. A malícia em seu sussurro era evidente. Não tinha ninguém, mas hesitei em responder.. Meus pensamentos fizeram com que eu me lembrasse de todas as coisas ruins que acontecera desde a ultima vez que me entreguei a ele. - Não sei. - Vamos lá ver? Ele não era do tipo que desistia fácil.. E bastou alguns beijos no meu pescoço para que eu concordasse. Eu não era fácil, só não conseguia resistir a ele. A minha certeza estava de volta, mesmo tendo medo, lá ela permanecia. Meus nervos ficaram a flor da pele.. Cada movimento, cada pisar de escada ao subir pareciam gigantescos pra mim. Entramos em meu quarto e ele fechou a porta. Tentei bancar a "ocupada" me olhando no espelho, arrumando o cabelo, mas me puxando pelo braço fez com que fossemos de encontro um ao outro. Ele foi com "sede ao pote". Naquele dia, sua maneira de me tratar foi tão intensa quanto seu olhar. Ele estava único e perfeito. Sua voz roca e grossa que escapava em alguns momentos, dizia q