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A casa dos fundos

Página 119. E por mais que no fim eu ficasse pior do que cinzas de cigarro, tê-lo e tê-lo, eram a única possibilidade de sanar meu vício - Richard me humilhava me esnobava e me desdenhava. Mas, no fim, ele sempre me queria mesmo que de forma carnal, e o fato dele ter esse desejo, mesmo que de maneira suja e inútil, fazia com que eu me sentisse bem - Era a terceira vez sem nenhuma prevenção.. O que me obrigaria ir à farmácia no dia seguinte. E lá estava eu, na banca esperando o farmacêutico me dar o remédio, quando uma senhora chega ao meu lado comendo um churros suculento, cheio de doce de leite, açúcar e gordura. Minha guloseima predileta da 7ª série, agora era o motivo de provocar enjôos em mim, fortes o suficiente para me fazer ir pro banheiro vomitar. Foi uma sensação muito repentina, muito automática, o suficiente para o atendente me indicar um teste, para verificar a possibilidade de uma nova vida dentro de alguém que não queria nem a sua própria. O esmorecimento de mim foi

A casa dos fundos

Página 118. A partir de então, nos falávamos pouco, e a cada dia esse diálogo ia diminuindo, o que me afligia e o desalento de minha alma ansiava concertar aquela situação. No impulso, inventei uma mentira de última hora, - aquelas que sempre saem mal contadas - para minha irmã, enquanto ela não estava em casa, e fui até lá. Até a moradia do meu amado, até a moradia dos fundos, onde eu passava os melhores e piores momentos.. O chamei baixinho, a porta se abriu, e lá estava eu á sua frente, com um sorriso meio acanhado, esperando arduamente qualquer palavra amiga! E ele.. Bom, sua reação define como ele estava.. - O que você quer aqui sua vagabunda? - Richard.. Me respeita! Vim aqui te ver.. Quero me conciliar com você. Lembra.. Amigos? Vamos tentar! - Você cala sua boca que eu não estou afim nem de olhar para sua cara! - Richard, calma.. Porque toda essa alteração? Eu só quero conversar, fazer as pases! - As pases? É a última coisa que eu quero fazer com você! Eu em cólera

A casa dos fundos

Página 117.   Tive dificuldade em me mexer.. Cada movimento era um passe livre sob aquela sensação de “é o fim”. Comecei a me tremer por completo.. Algo próximo a aparência de uma convulsão, e só assim, já assim, que a “ficha” de Richard caiu. E naquele instante, vi pela primeira vez em seu olhar a necessidade de algo relacionado a mim, a necessidade de melhora, um olhar gritante e desesperador, implorando ‘calado’ por qualquer ajuda que fosse possível naquele momento. Senti uma energia que me dominou tão forte e inesperada como um raio no ocidente, e então, tudo escureceu. [...................................................................................................] [...................................................................................................] E agora estava eu tentando abrir os olhos,com dor em cada movimento que minha pálpebra fazia, e já não me encontrava mais no chão. Os olhos de Richard estavam fechados, com o aspecto de inchados, assim como

REATIVANDO: A casa dos fundos

E pra os que ainda não desistiram de mim.. Mesmo sem tempo para respirar direito, os dias em que eu não tiver nenhuma atividade da faculdade para fazer (como hoje), escreverei as páginas finais do 'nosso' livro. Espero que acompanhem, que entendam,  e que se envolvam outra vez. Eu agradeço, e meu coração sorri desde já. Nayara Vieira